31 agosto 2011

GPJor no Intercom

O professor Ronaldo Henn e o mestrando Felipe Moura de Oliveira, integrantes do GPJor, participarão da Sessão Semiótica e Jornalismo, do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, que acontece de 2 a 6 de setembro na Universidade Católica do Recife, quando apresentarão, respectivamente, os trabalhos “Acontecimento jornalístico e redes sociais: novas semioses no webjornalismo” e “Rural e urbano: o signo/notícia sobre o MST”. O congresso é promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom.
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Rural e urbano: o signo/notícia sobre o MST, por Felipe Moura de Oliveira (Unisinos)
Resumo: O trabalho propõe uma reflexão acerca da representação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST na mídia hegemônica brasileira. Uma visada teórica inspirada na semiótica de Peirce para uma análise que se aproxima, também, de Canclini (1997) em Culturas híbridas, poderes oblíquos. A pretenção é a de contribuir para a compreensão dos signos que representam o MST a partir de sua construção pelo jornalismo. Considera-se a notícia como signo que se constitui por lógicas diversas e que alimenta complexos processos de semiose. Trata-se de um exercício de análise e reflexão que se apóia em extratos do empírico para destacar a necessidade de novas abordagens, para além da caracterização atual dos sem-terra a partir de uma só matriz: rural ou urbano.
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Acontecimento jornalístico e redes sociais: novas semioses no webjornalismo, por Ronaldo Henn (Unisinos)
Resumo: O artigo aborda primeiros movimentos de pesquisa que investiga lógicas de um tipo de acontecimento específico, cuja emergência se dá no âmbito das redes sociais. Com foco em ocorrências que envolvam preconceitos como xenofobia, homofobia e outros, a investigação, centrada no twitter, analisa as manifestações que, ao liderarem os trends topics, produzam noticiário nos principais portais de notícias. Busca-se desenhar uma cartografia destes acontecimentos, a partir do conceito de semiose de C. S. Peirce, que permita que se entenda tanto a sua natureza como as possibilidades de sentido. Parte-se do pressuposto de que já existam acontecimentos que atendem às dinâmicas da web em convergência com outras ferramentas e plataformas.

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(Angela Zamin)

10 agosto 2011

GPJor no Lusocom

Os mestrandos Felipe Oliveira e Felipe Viero participaram do IX Lusocom – Federação Lusófona de Ciências da Comunicação, realizado de 4 a 6 de agosto de 2011, na UNIP, São Paulo. Felipe Oliveira apresentou o artigo “A notícia como signo: quando o MST é o objeto” e Felipe Viero, em co-autoria com a professora Christa Berger, apresentou “Quando o casamento real é a pauta: a ir(realidade) de um acontecimento midiático”.
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A notícia como signo: quando o MST é o objeto, por Felipe Oliveira (Unisinos)
Resumo: O presente trabalho propõe uma reflexão acerca da representação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST pelo jornalismo brasileiro sob a perspectiva do conceito de semiose de C.S Peirce. Dedica-se, sobretudo, a problematizar as rotinas de produção da notícia entendida como signo e o papel de mediação que a imprensa cumpre na relação entre MST e sociedade, aproximando-se, ainda, da idéia de história do presente de Robert Darnton. Um movimento um tanto ensaístico, mas que avalia os processos que envolvem movimentos sociais e mídia hegemônica com base em extratos do empírico - para além da abordagem estritamente ideológica.
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Quando o casamento real é a pauta: a ir(realidade) de um acontecimento midiático, por Felipe Viero e Christa Berger (Unisinos)
Resumo: O objetivo do presente trabalho é compreender a cobertura jornalística do casamento real britânico, ocorrido entre o príncipe William de Gales e a plebeia Catherine Middleton, tendo em vista o conceito de acontecimento midiático, proposto por Dayan e Katz (1995), bem como alguns pontos levantados por Eco (1984), a respeito de transmissões televisivas. A partir da análise de diferentes materiais veiculados, percebeu-se, em linhas gerais, que a boda real corresponde a um acontecimento midiático do tipo Coroação (DAYAN, KATZ, 1995), que existem grandes semelhanças no modelo de cobertura dos diferentes veículos e que, por meio de um tom celebrativo e entusiasta, o casamento é exposto, à modelo dos contos de fadas, como o desfecho de um amor verdadeiro e, em um sentido mais concreto, como uma possibilidade de renovação do sistema monárquico inglês.

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(Angela Zamin)

05 agosto 2011

Apresentação de trabalho no Enecult

“Nos bastidores da notícia também se (re)produz gênero, (hetero)normatização e (des)conhecimento” é o título do trabalho apresentado pela doutoranda Marcia Veiga, do PPGCOM/UFRGS e integrante do GPJor, durante o VII ENECULT – Econtro de Estudos Multidisciplinares da Cultura, realizado de 3 a 5 de agosto, na Bahia.
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Nos bastidores da notícia também se (re)produz gênero, (hetero)normatização e (des)conhecimento, por Márcia Veiga (UFRGS)
Resumo: Através da análise do processo produtivo de uma notícia, gostaria de discutir neste artigo algumas das percepções obtidas em minha pesquisa de mestrado, que desenvolvi interessada em compreender os modos como o jornalismo se imbrica na cultura, na formação de valores e na produção de conhecimentos sociais. Em especial, destaco o quanto as hierarquias, as convenções hegemônicas de gênero e os padrões de normalidade - tomados como parâmetros da “tribo”dos jornalistas interlocutores de minha pesquisa - em muito se assemelhavam ao padrão heteronormativo e, como tal, incidiam nos processos produtivos das notícias e na construção social de “realidades” veiculadas com alto teor de “verdade”.

03 agosto 2011

Publicações do GPJor no 1º semestre

A professora Beatriz Marocco, integrante do GPJor, publicou o artigo “Os ‘livros de repórteres, o comentário e as práticas jornalísticas” na edição 22 da revista Contracampo, da Universidade Federal Fluminense.
Resumo: No âmbito do saber jornalístico, as práticas são reguladas por um conjunto de procedimentos que delimitam o dizível: o que é permitido e o que é proibido nas ações dos jornalistas para que possam operar em uma ordem do discurso jornalístico, identificada com o presente que nos cerca e que faz o jornalismo ser como ele aparenta ser. Este artigo se refere, mais concretamente, a um destes procedimentos, o “comentário”, situado nos “livros de repórteres”, e combina as ideias de Foucault sobre controle discursivo com dados quantitativos obtidos em uma pequena enquete realizada via e-mail entre 17 de maio e 1° de junho, 2010. O questionário foi enviado a 266 jornalistas vinculados a 51 redações de jornais impressos do interior do RS, como parte da pesquisa “O controle discursivo que toma forma e circula nas práticas jornalísticas ”. Com base nestes resultados, dois “livros de repórteres” foram examinados: Abusado e Rota 66, de Caco Barcellos.
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Beatriz Marocco também integrou o livro Jornalismo contemporâneo: figurações, impasses e perspectivas, organizado pelos professores Gislene Silva, Dimas Künsch, Christa Berger e Afonso Albuquerque, com o artigo “O saber que circula nas redações e os procedimentos de controle discursivo”.
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O doutorando Luis Fernando Assunção publicou na Acta Científica, Revista Interdisciplinar do Centro Universitário Adventista de São Paulo, o artigo “O processo jornalístico a partir da crítica genética”, na edição 20, de janeiro-abril de 2011.
Resumo: Este texto apresenta a crítica genética como importante instrumento dos estudos do processo do fazer jornalístico. Uma reportagem é resultado de um trabalho caracterizado por transformação progressiva, precedida por um complexo processo, feito de ajustes, esboços, planos, roteiros. Os rastros deixados pelo jornalista em seu percurso criador são a concretização desse processo de contínua metamorfose. A crítica genética, antes muito usada pela arte e literatura, agora pode dar conta da análise desse percurso.

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(Angela Zamin)

01 agosto 2011

GPJor no Confibercom

Integrantes do GPJor participaram entre 31 de julho e 4 de agosto do 1° Congresso Mundial de Comunicação Ibero-Americana – CONFIBERCOM, promovido pela ECA/USP, Confederação Iberoamericana de Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Confibercom) e Federação Brasileira de Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom).
O professor Ronaldo Henn, a doutoranda Beatriz Sallet e o mestrado Felipe Viero apresentaram no GT de Jornalismo os trabalhos “Jornalismo em rede: crise do acontecimento”, “Fotojornalismo: as reconfigurações do impresso para produção on line” e “Seja Jovem: o movimento e a construção dos sentidos sobre a velhice em Veja” (em co-autoria com a professora Marcia Franz Amaral, da UFSM), respectivamente. Já a mestranda Alciane Baccin apresentou o artigo “Por um desafio da ciência em confluir teorias e experimentações”, no GT de Espistemologia da Comunicação.
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Por um desafio da ciência em confluir teorias e experimentações, por Alciane Nolibos Baccin
Resumo: O desenvolvimento dos meios de comunicação afetou as formas de interação social transformando a sociedade. Essas mudanças estão suscitando transformações também no modo de compreender os processos de comunicação e a diversidade de saberes. Este artigo faz um exercício de reflexão sobre uma nova postura científica aberta às multiplicidades dos objetos, a subjetividade dos sujeitos e que entenda a produção do conhecimento como algo a ser construído no movimento contínuo do objeto. Desenvolvo alguns argumentos sobre a necessidade de uma postura científica que reconheça as fronteiras dos saberes como dinâmicas, que dê espaço às multievidências para conhecer e, só então, entender o objeto, que permita a confluência e o atravessamento de métodos. E essa postura aponta para a dimensão transmetodológica. Aproximo dessa perspectiva a cartografia como um método de investigação que dá conta da complexidade desse processo de produção do conhecimento. E proponho uma conversa entre transmetodologia e cartografia, colocando em jogo a multiplicidade derivada do singular.
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Fotojornalismo: as reconfigurações do impresso para produção on line, por Beatriz Sallet (Unisinos)
Resumo: neste artigo abordar-se-á o valor-notícia do fotojornalis mo, atravessado por dois momentos: o primeiro, permeado pelas rotinas produtivas da ordem do jornalismo impresso, cujas transformações decorreram do ingresso da tecnologia digital nos processos jornalísticos como um todo, resultando em desdobramentos de várias ordens nas rotinas produtivas (temporais, espaciais, conceituais, culturais, organizacionais etc.), as quais estamos percebendo em processo. O segundo, permeado pela circulação da produção fotojornalística na web e em convergência digital, na qual o fotojornalismo redefine seu fazer, inclusive no impresso. À luz de alguns autores, como Jorge Pedro Sousa, e de aspectos da pesquisa de Mestrado implementada pela autora sobre o assunto, pretende-se levantar algumas questões imbricadas nas reconfigurações/redefinições do fotojornalismo atual. Serão considerados aspectos como autoria – não mais restrita aos repórteres-fotográficos dos veículos, mas ampliada para quem está no lugar dos acontecimentos munido de qualquer tipo de dispositivo fotográfico –, tecnologia e necessidade de se perceber as mudanças que se configuram na qualidade da fotonotícia.
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Seja Jovem: o movimento e a construção dos sentidos sobre a velhice em Veja, por Felipe Viero (Unisinos)
Resumo: O objetivo central desta pesquisa é buscar responder, tendo como base o ano de 2009, como a revista semanal Veja constrói e movimenta sentidos em relação à velhice por meio de seu discurso. Os objetivos específicos são apreender quais aspectos da velhice são ressaltados e em quais Formações Discursivas eles se inserem. O aporte teórico-metodológico é a Análise de Discurso de linha francesa (AD), que partindo da materialidade do texto, mas não ficando restrita a ela, permite que os sentidos hegemônicos sejam mapeados, tendo como base a sua reiteração (movimento parafrástico), e que as Formações Discursivas (FDs) e Ideológicas (FIs), as quais constituem esses dizeres, sejam apreendidas. Baseando-se nas cento e oitenta e três Sequências Discursivas coletadas e nas três FDs e FIs encontradas foi possível perceber que os sentidos construídos e movimentados por Veja acerca da velhice a apontam, majoritariamente, como negativa, abstrata e possível de ser superada mediante práticas de caráter individual. Essa velhice é marcada pela definição da juventude como uma meta a ser obtida e pelos sinais do envelhecimento como traços a serem cotidianamente evitados.

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(Angela Zamin)